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Às boas novas.

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pregar o evangelho a toda criatura.

terça-feira, 8 de maio de 2012

lição 06

Lição 06


TIATIRA, A IGREJA TOLERANTE
Texto Áureo: II Co. 6.14,15 – Leitura Bíblica: Ap. 2.18-25
Prof. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
Dentre as igrejas da Ásia Menor, uma se destaca pela tolerância ao pecado. Na aula de hoje estudaremos a respeito dessa igreja, a de Tiatira, sua contextualização histórica, sua condescendência com o pecado, e, ao final, o apelo de Cristo para que essa igreja passe a viver em santidade. Esse apelo se aplica, pela Palavra e o Espírito, às igrejas contemporâneas, a fim de que não convivam naturalmente com a prática do pecado.
1. A IGREJA DE TIATIRA
Tiatira era uma cidade que tinha posição geográfica privilegiada, pois estava localizada no percurso do correio imperial. Por isso, toda a movimentação comercial entre a Europa e a Ásia passava por aquele caminho. O comércio assumia posição de destaque com a produção de lã, couro, linho, bronze, tinturaria e alfaiataria em geral.  As divindades pagãs eram adoradas em meio a esse comércio. Para não perderem dinheiro, muitos cristãos faziam pactos com as agremiações comerciais, comprometendo sua espiritualidade. Alguns estudiosos acreditam que Lídia, uma das mais notáveis convertidas de Filipos, teria retornado a sua terra, Tiatira, a fim de auxiliar na formação de uma igreja naquela cidade (At. 16.14). A igreja de Tiatira é reconhecida por Cristo pelas obras, serviço, fé e paciência (Ap. 2.19). Essas são qualidades fundamentais à fé cristã, características que faltavam à igreja de Éfeso, tendo em vista que essa havia esfriado no primeiro amor, e demonstrava fidelidade, uma das fragilidades de Pérgamo, ainda que, como Esmirna, havia aprendido a perseverar diante das tribulações. O fundamento de tais virtudes, conforme expõe Paulo aos tessalonicenses, é o Senhor Jesus Cristo (I Ts. 1.3). É assim que o amor verdadeiro resulta em serviço genuíno que alimenta a esperança, mesmo em meio às tribulações. Enquanto que Éfeso estava em uma situação pior que a do início, a de Tiatira era o inverso, essa crescia em obras, de modo, conforme atesta o Senhor, suas “últimas obras são mais do que as primeiras” (Ap. 2.19). Tratava-se, portanto, de uma igreja que estava crescendo em obras, sua prática cristã estava em progressão, e não em declínio.
2. UMA IGREJA QUE TOLERA O PECADO
O problema de Tiatira era a tolerância com o pecado, e Jesus, sendo Aquele que “tem os olhos como chama de fogo e os pés semelhantes ao latão reluzente” (Ap. 2.18), não pode tolerá-lo. Ele repreende essa igreja por tolerar uma falsa profetiza que conduzia o povo a pecar tal como a Jezabel do Antigo Testamento, cujo nome significa, “puro, casta”. Jezabel foi responsável por introduzir o culto pagão a Baal entre os israelitas. Além de patrocinar o paganismo, ela ainda perseguiu os profetas de Deus. Quando Jezabel se casou com o rei Acabe, ela se encarregou de infiltrar, no culto judaico, elementos da sua religiosidade. Sob a influência da sua esposa, o rei Acabe construiu um templo a Astarte, a consorte de Baal, em Samaria e passou a sustentar 850 profetas em atividades cultuais que envolviam a imoralidade (I Rs. 16.30-32; 18.4; 19; 21.25). Essa nova Jezabel, a quem Jesus reprova em Sua carta à Tiatira, fundamenta-se no gnosticismo, um movimento filosófico-religioso que negava a matéria e incitava ao abuso do corpo, por considerar que esse seria destruído depois da morte. Essa mulher, que se dizia profetiza, ensinava e enganava os servos de Jesus, para que esses se prostituíssem e comessem dos sacrifícios da idolatria (Ap. 2.20).  A igreja de Éfeso odiava as práticas dos nicolaítas e não as tolerava (Ap. 2.2,6), a de Pérgamo tinha alguns que suportavam a doutrina de Balãao e dos nicolaítas (Ap. 2.15,16), mas a de Tiatira passou a tolerá-los, isto é, a conviver normalmente com suas atitudes no seio da igreja (Ap. 2.20). Como nestes dias, muitas igrejas estão fazendo “vista grossa” em relação ao pecado, a disciplina parece ser um assunto descartado, a busca pelo politicamente e juridicamente correto está solapando a moralidade das igrejas. Os cristãos não podem mais viver em pecado, pois morreram para ele (Rm. 6.1,2), a disciplina, em amor, é saúde não apenas para a igreja, mas para o próprio disciplinado (I Co. 11.20-32; Rm. 12.15; Hb. 12.11).
3. UM APELO À SANTIDADE
Jesus deu tempo para que essa Jezabel “se arrependesse da sua prostituição”, mas ela “não se arrependeu” (Ap. 2.22). Essa é uma demonstração de que Deus não tem prazer na morte do ímpio, antes espera que ele se arrependa, e seja salvo (II Pe. 3.9; I Tm. 2.4). Mas há limite, pois o juízo virá, ainda que não seja agora, mas no tempo determinado por Deus, quando Cristo colocar todos os inimigos debaixo de seus pés (I Co. 15.25), o dia da ira do Cordeiro (Ap. 6.17). A cama da promiscuidade estabelecida por Jezabel se transformará numa cama de sofrimento, de tribulação. Jesus é longânimo, dar tempo para que o pecador se arrependa, mas Ele tem poder para antecipar o julgamento, como fez com Ananias e Safira (At. 5), e ferir de morte aos filhos de Jezabel, como disciplina para que todas as igrejas saibam que Ele é Aquele que “sonda as mentes e os corações. E que dá a cada um segundo as suas obras” (Ap. 2.23). A irreverência na celebração da Ceia do Senhor levou muitos à morte (I Co. 11.17-32), pois não se pode profanar aquilo que é sagrado, o que fora santificado por Deus. O próprio corpo é templo e morada do Espírito Santo, por isso, devamos separá-lo para a glória dAquele que nele habita (I Co. 6.19,20). Felizmente, nem todos se dobraram diante da doutrina de Jezabel, alguns não tinham esse ensinamento, outros, melhor ainda, não quiseram conhecê-lo (Ap. 2.24). Adão e Eva poderiam ter desfrutado da presença de Deus, caso não quisessem se apropriar do fruto da arvore do conhecimento do bem e do mal (Gn. 2.17). Nem tudo deve ser experimentado, o ensinamento da Palavra de Deus é suficiente para sabermos o que pode nos distanciar do centro da vontade de Deus, que é boa, perfeita e agradável (Rm. 12.1,2).
CONCLUSÃO
A vontade de Deus é a nossa santificação (I Ts. 4.3), pois Deus nos escolheu para que sejamos santos (Ef. 1.4). Não podemos esquecer que os puros de coração verão a Deus (Mt. 5.8) e que sem a santificação ninguém verá ao Senhor (Hb. 12.14). Aquele que assim proceder receberá a promessa de Jesus de que julgará os ímpios e reinará com Ele (Ap. 2.26,27). Como lembrou Paulo aos coríntios, os santos julgarão o mundo (I Co. 6.2), isso se dará no futuro, quando Cristo vier reinar (Ap. 12.5; 19.15). Esses receberão também a estrela da manhã, isto é, conhecerão a Cristo, que assim se identifica em Ap. 22.16. Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.
BIBLIOGRAFIA
GUNTER II, D. M. Seven letters to seven churches. Kansas: Beacon Hill Press, 2011.
STOTT, J. O que Cristo pensa da igreja. Campinas: United Press, 1999.